Ontem vi um filme que me tocou profundamente, mesmo por se tratar de um assunto que tem grande efeito para mim, a questão da escravidão; Steven Spielberg é um gênio do cinema e soube retratar com maestria o contexto da dor e desespero de quem cai cativo... o filme chama-se Amistad.
O Sierra Leona descarrega os africanos em Havana-Cuba |
Terminado o filme coloquei-me me a desenhar, como faço sempre que algo me inspira, eis que surgiu a cena acima, um navio negreiro ancorado no porto de Havana descarregando os escravos em botes.
A composição do desenho por si só é triste, quase que funérea, os corpos sendo jogados do navio aos botes, e sendo chibateados na água. mas por mais assustador que possa parecer este desenho, ele retrata a verdade, e não um devaneio de um artista.
O comércio de escravos sempre foi considerado desumano e asqueroso, o pior e mais podre da humanidade, mas extremamente lucrativo, as colônias na américa pagavam horrores para ter acesso à escravos que impulsionariam o comércio de açucar, neste quesito a colônia portuguesa na américa era campeã.
Estima-se que mais de 500 navios carregados de africanos ancoraram no porto do Rio de Janeiro entre os séculos VXII à XIX, isso quando a travessia ocorria sem maiores problemas, afinal, a maior parte do horror se passava em mar aberto.
Muitas vezes os mercadores de escravos calculavam mal a quantidade de alimento que se levaria à bordo, ou tentavam trazer mais negros do que o navio suportaria, o que acontecia em seguida era desesperador.
"A água acabará em 2 dias e o mingau já está em nível critico, para manter pelo menos 1 terço da mercadoria viva, o capitão ordenou que se jogasse ao mar as dúzias excedentes"
(diário de Bordo do Nairobi)
Impensável até onde chega a insanidade dessas pessoas, um triste relato do que os povos da África tiveram que passar até a América, um capítulo doloroso da história que estará sempre manchado de sangue...
Uma música para este Post:
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